Realidade Virtual e Eye‑Tracking na Reabilitação: Inovação a Serviço da Atenção e da Aprendizagem

Realidade Virtual e Eye‑Tracking na Reabilitação: Inovação a Serviço da Atenção e da Aprendizagem Nas últimas décadas, os avanços tecnológicos têm promovido transformações significativas nas áreas da educação e da saúde, especialmente no campo da neuropsicopedagogia. Uma das inovações mais promissoras é o uso da realidade virtual (RV) combinada com o eye-tracking (rastreamento ocular) para reabilitação de funções cognitivas, como atenção, memória e autorregulação. Essa tecnologia vem sendo explorada, principalmente, em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e outros quadros envolvendo dificuldades atencionais. Estudos recentes, como os publicados em plataformas como arXiv e Nicklaus Children’s Hospital, apontam resultados animadores. Em um experimento com 38 participantes ao longo de quatro semanas, observou-se melhora significativa na atenção visual após o uso de programas de RV com rastreamento ocular. Os participantes foram submetidos a sessões que simulavam situações do cotidiano, exigindo concentração e respostas rápidas, enquanto seus movimentos oculares eram monitorados em tempo real. Esse acompanhamento permitiu identificar padrões de desatenção e adaptar os estímulos conforme a necessidade individual. Do ponto de vista neuropsicopedagógico, esse recurso oferece benefícios relevantes. Em primeiro lugar, a realidade virtual permite a criação de ambientes imersivos e controlados, que tornam o processo de reabilitação mais envolvente e significativo. O aluno ou paciente interage com um espaço seguro, lúdico e ao mesmo tempo desafiador, favorecendo a motivação e o engajamento. Já o eye-tracking viabiliza o monitoramento em tempo real da atenção visual, possibilitando que o profissional acompanhe com precisão quais estímulos chamam mais ou menos a atenção do usuário. Com isso, é possível ajustar o nível de dificuldade, os tipos de tarefas e os recursos visuais conforme o perfil cognitivo de cada indivíduo — promovendo uma intervenção personalizada e responsiva. Outro aspecto positivo é que esse tipo de intervenção pode fortalecer as funções executivas, como foco, planejamento, tomada de decisão e autorregulação emocional — habilidades fundamentais para o desempenho escolar e social. Para a neuropsicopedagogia, que busca integrar mente, emoção e aprendizagem, esse recurso representa um avanço valioso. Em resumo, a integração entre realidade virtual e rastreamento ocular desponta como uma ferramenta de grande potencial na reabilitação cognitiva, sobretudo em indivíduos com TEA, TDAH e outros transtornos. Ao aliar tecnologia, ciência e educação, a neuropsicopedagogia amplia seus horizontes e oferece caminhos inovadores para promover inclusão, desenvolvimento e qualidade de vida.

7/18/20251 min ler

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